Avançou na Câmara um projeto de lei que proíbe o uso de celulares, tablets e aparelhos eletrônicos em escolas.
Para virar lei, porém, o projeto ainda tem um caminho a percorrer.
Entenda o que o propõe o projeto de lei 104/2015:
Qual é a proposta do projeto de lei?
O projeto de lei tem como proposta o banimento de aparelhos portáteis em salas de aula e, em alguns casos, também fora, nas dependências da escola.
A proposta vale para escolas públicas e particulares?
Sim. A proibição seria em escolas públicas e privadas.
Todos os alunos ficariam proibidos de usar celular nas escolas?
Para alunos da educação infantil e nos anos iniciais do fundamental — do 1º ao 5º ano –, o uso seria completamente restrito – mesmo em recreios e intervalos.
Já para alunos do 6º ao 9º ano do fundamental e do ensino médio a restrição seria dentro da sala de aula. Os celulares ainda poderiam ser utilizados para atividades pedagógicas, sob a supervisão de professores.
Há exceções de uso previstas no projeto?
Os aparelhos poderão ser permitidos para alunos com necessidades especiais ou com deficiência em casos em que eles tornem o aprendizado mais acessível.
Quem é o autor do projeto de lei?
O projeto é de autoria do deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS).
O que pensa o governo sobre a proibição de celulares?
Camilo Santana, ministro da Educação, disse, nesta quarta-feira (30), que o uso de aparelhos eletrônicos em sala deve ser restringido. A fala foi feita em um evento do G20, em Fortaleza.
Para o chefe da pasta, que estudava enviar um projeto parecido ao Congresso, os aparelhos só devem ser utilizados em escolas para fins pedagógicos.
“É importante a tecnologia, são importantes os equipamentos, mas precisa ter um limite”, disse o ministro. “Acho que a escola é um espaço importante para a cidadania digital e para que a gente possa garantir que a criança possa aprender bem, ter qualidade no aprendizado e só usar equipamento celular ou equipamento tecnológico para fins pedagógicos”.
O projeto já virou lei?
Não. O projeto foi aprovado na Comissão de Educação nesta quarta-feira (30).
Quais são os próximos passos?
Apesar do avanço na Câmara, o projeto ainda precisa ser analisado em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Para virar lei, ele precisaria ainda passar pelo plenário da Câmara e, depois, pelo Senado.
O que dizem os especialistas
Para Rubens Beçak, doutor em Direito Constitucional e professor da USP, o poder público precisa prestar atenção na iniciativa.
“Quando estamos falando de estudantes, pessoas que estão em fase de aprendizado, isso se torna realmente algo que merece a nossa atenção, especialmente do poder público”, afirma o especialista.
“Existem estudos feitos já, de forma pioneira, mostrando como a atenção cai de uma forma enorme nos alunos que ficam distraídos pelo uso dos smartphones. E com todo tipo de atividade ali, especialmente o das redes sociais. Com isso, deixam de dar atenção devida àquilo de tão importante, que é a possibilidade de aprender”, diz Beçak, que também cita projetos similares já existentes nos estados de São Paulo, Paraná e Ceará, com resultados significativos, mesmo com avaliações limitadas pelo curto prazo.
Fonte: CNN Brasil